Atividade física e tempo sentado - quais as implicações para a saúde? - Prof. Pitanga (FACED/UFBA)

Enviado por iron em sex, 26/01/2018 - 16:20

Diversos estudos vêm observando que o maior tempo gasto em atividades sedentárias tem sido associado à maior ocorrência de doenças cardiovasculares (DCV) (1), diabetes tipo 2 (2), obesidade (3, 4), síndrome metabólica (5), bem como ao maior risco de morte por DCV, independentemente do nível de atividade física (6, 7). Existem evidências de que comportamentos sedentários como assistir televisão e uso do computador, ou seja, maior tempo sentado são fatores de risco relevantes e merecem ser investigados tanto quanto os níveis de atividade física. Recente estudo realizado na Austrália demonstrou que prolongado tempo sentado é fator de risco para todas as causas de mortalidade independente da atividade física regular (8).

Com relação às variáveis antropométricas vários estudos têm demonstrado associação do tempo sentado com sobrepeso, obesidade e obesidade central em mulheres pós-menopáusicas (9), sobrepeso e obesidade em mulheres e obesidade abdominal em homens (10), obesidade abdominal em mulheres (11).

A investigação dos possíveis mecanismos explicativos na associação entre comportamento sedentário e saúde metabólica e cardiovascular, apesar de estar em fase incial de pesquisas, já apresenta algumas evidências. Por exemplo, reduções significativas na atividade da lipoproteína lipase muscular (LPL), enzima chave que regula o metabolismo dos lípidos, são observadas durante a atividade sedentária. Baixos níveis de atividade da LPL foram associados com um grande diminuição da absorção dos triglicéridos plasmáticos pela musculatura esquelética, diminuição da concentração de colesterol HDL e elevação pós-prandial dos lipídios (12).

 

Por Prof Francisco Pitanga

Doutor em Saúde Coletiva (ISC/UFBA) ,Pós Doutor em Atividade Física e Saúde (UFGSC-SC), Professor Associado da FACED/UFBA FACED/UFBA

 

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